Ex-presidente na chefia da Casa Civil. Liminar cassou o cargo assumido esta semana |
Resisto a tocar
neste assunto polêmico que é a política. Mas é impossível esta semana passar longe
da realidade que sacode o país. E sou obrigado a me manifestar neste
sentido, mesmo sabendo que corro o risco de perder o assédio daqueles leitores
que não se coadunam com a temática.
Uma semana que deve entrar
para a História do Brasil. Recheada de fatos políticos que estremeceram a república,
desde o mais remoto recanto do Sertão Nordestino até a Avenida Paulista, em
pleno centro administrativo financeiro paulistano. Não se falava de outra
coisa: a posse do ex-presidente agora como ministro chefe da Casa Civil. A
grande maioria (e aí se incluem os ministros do Supremo Tribunal Federal) garante
que a manobra visa blindar o cidadão Lula da Silva para evitar a prisão que já
era certa, enquanto ele próprio, os correligionários do partido e quem o nomeou
garantem que a intenção é trazer sua competência para dar fôlego ao governo e
melhorar as negociações.
A indignação dos internautas com a classe política nas redes sociais |
Mas o que a população tem
demonstrado país afora é uma grande náusea em relação à política e a quem é responsável
por ela, a classe política. Nunca ela esteve tão desacreditada.
Como docente, há muito
convivo com colegas de todos os matizes políticos. E a maioria destes colegas sempre
possuiu simpatia pelos partidos de uma linha democrática trabalhista, defensora
de propostas que vão de encontro à necessidade dos trabalhadores, e de
programas que atendam as populações mais carentes. Acredito que nosso
envolvimento com a área da educação nos torna sempre mais sensíveis a estas questões.
Mas isso não é maioria absoluta.
Entretanto, o que vi esta
semana, surprendeu-me sobremaneira. Uma grande parcela de colegas, antigos
militantes e correligionários do Partido dos Trabalhadores decepcionados e
deveras indignados com todos os acontecimentos. A posse do ex-presidente num
dos ministérios do atual governo, como uma jogada política para salvaguardar ações
e atitudes consideradas imorais (apesar da grande maioria não concordar com um provável
encarceramento de Lula) feriu de morte a credibilidade destes militantes na
filosofia do partido. Quem viu ele nascer, com suas propostas de ética e moral
defendidas como grande diferencial de outras agremiações políticas, hoje nem de
longe o reconhece como tal.
Grande parte da classe docente é simpática aos partidos que defendem a implementação de políticas públicas de cunho social |
Esta semana ouvi da boca de
muitos destes colegas expressões de grande indignação. Alguns que outrora
faziam defesa peremptória das propostas partidárias, se resumiram a
observar boquiabertos a crítica das ruas sem qualquer reação, numa demonstração de extrema
e irreconhecível passividade diante da falta de argumentação. A impressão que
fica é de uma enorme perfídia. Alguns chegaram a comentar que a sigla do
partido (PT) agora deixa espaço para ser reconhecida como Partido Traidor.
E no meu convívio diário com
esses colegas, devo confessar que, também como brasileiro e como cidadão que
acredita que o patriotismo ainda existe, esta foi uma semana de grande tristeza, por tudo que aconteceu. Ver o país neste estado de letargia e a população refém
de uma classe política desonesta e dilapidadora da riqueza nacional me causa um
grande desânimo.
O Partido do Trabalhadores trouxe a classe trabalhista para o meio político, sendo originado no meio sindical |
Mas não se deve esquecer
que a representação política que aí está, seja na esfera municipal, estadual ou
federal, provem de nossas escolhas. Somos todos responsáveis por elas. Sendo
assim, se a classe escolhida é corrupta, ela é tão somente a representação de
quem a escolheu. Se acumulam riqueza usando a condição que o cargo lhes
proporciona, isso também deveria ser visto por nós antes da escolha. Ou quem sabe alguns de nós não faria o mesmo investido destes cargos? Tal pensamento não seria "senso comum"?
Quem sabe tudo isso imponha nos tornarmos mais competentes a cada pleito, a cada eleição. Que tal começarmos
a melhorar nossas escolhas em 2016, nas eleições para prefeito e vereador? Chegou
a hora de dar a resposta nas urnas, de forma racional e responsável. Basta das
escolhas por favorecimento: um emprego, um favor, uma doação, etc, etc, etc...
O bom exemplo deve ser dado aqui embaixo, para que se reflita lá em cima.
Um comentário:
Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot
Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot
Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot
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