A famosa peça de Shakespeare foi lembrada esta semana |
Esta semana não pude deixar
de lembrar a famosa frase de William Shakespeare, dramaturgo inglês do século
XVI, na sua peça “Hamlet”. Na concepção do autor, o filho do rei da Dinamarca,
encarregado de vingar a morte do pai, se depara com inúmeras traições e
assassinatos na Corte, para desferir a frase:
“Há algo de podre no reino
da Dinamarca!”
O país não é o mesmo. Cronologicamente
estamos em pleno século XXI e muito distante do país nórdico, em plena região equatoriana
de uma democracia recente. Ainda estamos nos acostumando e aprendendo a
escolher os representantes. Mas a podridão é a mesma, pelas gravações divulgadas
esta semana na imprensa nacional. E a maioria destes representantes é tão “velhaca”
quanto a monarquia dinamarquesa retratada por Shakespeare. Portanto, pode-se dizer que:
“Há algo de “muito podre”
no reino tupiniquim!”
Lava-Jato, a operação que se tornou patrimônio nacional |
Despende-se dos diálogos divulgados
esta semana no âmbito da “Operação Lava-Jato” que uma verdadeira quadrilha está
instalada em Brasília, independente do Partido Político que os reúne. As
conversas telefônicas destacam tratativas de “velhos caciques”, no sentido de
tentar abafar aquilo que o Ministério Público e a Polícia Federal tentam
desvendar de um verdadeiro “câncer” que se arraigou nos intestinos da política
brasileira, com a participação do empresariado nacional. As “delações premiadas”
demonstram ser o verdadeiro pavor dos “políticos sovinas”, estes que jamais tiveram
como dever a representação de seus eleitores. Sua única preocupação tem sido a
forma de fazer uso do cargo em prol da riqueza pessoal, e do legado que podem
deixar à sua prole.
E agora, foram pegos ao
telefone tergiversando uma tentativa de salvar a própria pele, dada a ameaça de
vestir a roupa listrada lá embaixo (em Curitiba), como se referem.
Um ex-presidente conspirando contra o país |
Ora, um senhor ex-presidente
(honrado e que dedicou muitos de seus anos à vida pública, como já reafirmou
muitas vezes), já quase “senil”, tentando acobertar seus parceiros e modificar
a lei para evitar a delação. Fosse mesmo honesto, estaria agora cuidando dos
netos e dando bons exemplos às pequenas criaturas. É isso que me faz ser um
pouco mais desconfiado, quando ouço afirmações de que se deve cuidar com
carinho dos idosos. Há várias classes de idosos, e aquele FDP também fica
idoso, e certamente não merece esta moral e este tratamento.
Sérgio Machado, esta semana delatou Jucá, Renan e Sarney |
Outra coisa que nos faz
refletir dentro dessas “delações premiadas” é a capacidade do delator em questão.
Numa análise rasa podemos dizer que ele desempenha papel similar ao de Joaquim
Silvério dos Reis, o traidor que levou nosso “Tiradentes” à forca. Sem qualquer
constrangimento é capaz de denunciar todos à sua volta para salvar a si próprio.
É a grande característica destes verdadeiros “criminosos” que, pelo voto,
foram lá colocados para nos representar. O tal “Machado”, ex-senador e
presidente da Transpetro, foi capaz de instigar os caciques poderosos a falar,
portando um telefone móvel no bolso do paletó. Por isso, a péssima qualidade
dos áudios divulgados. Ficou por dias e horas provocando eles para obter
relatos que pudessem incriminar toda a corja que agora se comprova instalada
nas altas esferas do poder legislativo brasileiro.
O odor esta semana foi insuportável |
Sendo assim, estamos
desvendando e comprovando, mesmo com uma manobra de extrema imoralidade como a delação
premiada, que:
“Algo de muito podre está
instalado no reino de Brasília!”
E para quem não possui
escrúpulos naquilo que faz, esta quem sabe seja a forma mais adequada de revirar
as vísceras deste poder corrupto e empedernido que se apossou da política
nacional há tantos anos.
Um comentário:
Meu amigo Jairo,
realmente há algo pobre por estas bandas.
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