28 maio 2016

ALGO DE MUITO PODRE...

A famosa peça de Shakespeare foi lembrada esta semana
Esta semana não pude deixar de lembrar a famosa frase de William Shakespeare, dramaturgo inglês do século XVI, na sua peça “Hamlet”. Na concepção do autor, o filho do rei da Dinamarca, encarregado de vingar a morte do pai, se depara com inúmeras traições e assassinatos na Corte, para desferir a frase:

“Há algo de podre no reino da Dinamarca!”

O país não é o mesmo. Cronologicamente estamos em pleno século XXI e muito distante do país nórdico, em plena região equatoriana de uma democracia recente. Ainda estamos nos acostumando e aprendendo a escolher os representantes. Mas a podridão é a mesma, pelas gravações divulgadas esta semana na imprensa nacional. E a maioria destes representantes é tão “velhaca” quanto a monarquia dinamarquesa retratada por Shakespeare. Portanto, pode-se dizer que:

“Há algo de “muito podre” no reino tupiniquim!”

Lava-Jato, a operação que se tornou patrimônio nacional
Despende-se dos diálogos divulgados esta semana no âmbito da “Operação Lava-Jato” que uma verdadeira quadrilha está instalada em Brasília, independente do Partido Político que os reúne. As conversas telefônicas destacam tratativas de “velhos caciques”, no sentido de tentar abafar aquilo que o Ministério Público e a Polícia Federal tentam desvendar de um verdadeiro “câncer” que se arraigou nos intestinos da política brasileira, com a participação do empresariado nacional. As “delações premiadas” demonstram ser o verdadeiro pavor dos “políticos sovinas”, estes que jamais tiveram como dever a representação de seus eleitores. Sua única preocupação tem sido a forma de fazer uso do cargo em prol da riqueza pessoal, e do legado que podem deixar à sua prole.

E agora, foram pegos ao telefone tergiversando uma tentativa de salvar a própria pele, dada a ameaça de vestir a roupa listrada lá embaixo (em Curitiba), como se referem.
Um ex-presidente conspirando contra o país

Ora, um senhor ex-presidente (honrado e que dedicou muitos de seus anos à vida pública, como já reafirmou muitas vezes), já quase “senil”, tentando acobertar seus parceiros e modificar a lei para evitar a delação. Fosse mesmo honesto, estaria agora cuidando dos netos e dando bons exemplos às pequenas criaturas. É isso que me faz ser um pouco mais desconfiado, quando ouço afirmações de que se deve cuidar com carinho dos idosos. Há várias classes de idosos, e aquele FDP também fica idoso, e certamente não merece esta moral e este tratamento.

Sérgio Machado, esta semana delatou Jucá, Renan e Sarney
Outra coisa que nos faz refletir dentro dessas “delações premiadas” é a capacidade do delator em questão. Numa análise rasa podemos dizer que ele desempenha papel similar ao de Joaquim Silvério dos Reis, o traidor que levou nosso “Tiradentes” à forca. Sem qualquer constrangimento é capaz de denunciar todos à sua volta para salvar a si próprio. É a grande característica destes verdadeiros “criminosos” que, pelo voto, foram lá colocados para nos representar. O tal “Machado”, ex-senador e presidente da Transpetro, foi capaz de instigar os caciques poderosos a falar, portando um telefone móvel no bolso do paletó. Por isso, a péssima qualidade dos áudios divulgados. Ficou por dias e horas provocando eles para obter relatos que pudessem incriminar toda a corja que agora se comprova instalada nas altas esferas do poder legislativo brasileiro.

O odor esta semana foi insuportável
Sendo assim, estamos desvendando e comprovando, mesmo com uma manobra de extrema imoralidade como a delação premiada, que:

“Algo de muito podre está instalado no reino de Brasília!”


E para quem não possui escrúpulos naquilo que faz, esta quem sabe seja a forma mais adequada de revirar as vísceras deste poder corrupto e empedernido que se apossou da política nacional há tantos anos.   

Um comentário:

Attico CHASSOT disse...

Meu amigo Jairo,
realmente há algo pobre por estas bandas.