24 setembro 2016

"VER" É DIFERENTE DE "ENXERGAR"

Será que "ver" é o mesmo que "enxergar"? 
Há um ditado antigo que diz: "O pior cego é aquele que não quer ver!" Mas será que há alguma diferença entre “ver” e “enxergar”? Eu acredito que sim.

Hoje o meu interesse é falar de uma atitude que considero de grande relevância, por parte daqueles que são capazes de “enxergar” com outros olhos aquilo que muitos não conseguem “ver”. Quero falar da solidariedade. Mais especificamente da ação voluntária; daquelas pessoas que são capazes de doarem boa parcela do tempo de que dispõem para cuidar do próximo e das suas necessidades.

Nas provas de atletismo dos Jogos Paralímpicos, os "guias" são
os olhos dos atletas cegos
Recentemente, o evento das Paraolimpíadas no Rio de Janeiro demonstrou o grande empenho dos voluntários que atuaram ali, fazendo do evento um dos mais elogiados pelo Comitê Olímpico Internacional. Mas não só isso me chamou atenção. Os Jogos Paralímpicos foram determinantes para que eu observasse o papel extraordinário de um personagem coadjuvante nas provas do Atletismo, o “guia”. Quanto amor! Quanta dedicação! Os guias são responsáveis pela orientação dos atletas com deficiência visual; eles “enxergam” aquilo que os atletas não veem. São os olhos do conduzido. Nas provas de atletismo se amarram aos corredores e os conduzem até a linha final, não podendo, entretanto, puxá-los ou ultrapassá-los, sob pena de desclassificação.

Muitos idosos fazem parte do corpo de voluntários
da AACD
A confiança dos competidores nestes verdadeiros “anjos” me trouxe emoção em todas as provas que assisti pela televisão. Eles vibram junto com seus orientados, e choram tanto na derrota quanto na vitória. É um espetáculo à parte.

Por tudo isso, sou um grande admirador do trabalho voluntário.

Ainda esta semana, estava fazendo minha sessão de fisioterapia semanal na unidade da AACD aqui da Av. Cristiano Fischer, quando me deparei com um destes personagens. Há ali, um grupo admirável de pessoas que dedicam seu tempo às crianças com deficiência. Fiquei extremamente comovido com o que vi. Uma senhora de certa idade, sentada em um pequeno banquinho brincava e se divertia com uma criança acometida de paralisia. E o que mais encantava ela era ver o sorriso daquela criança. Um gesto simples que parecia alimentar aquela senhora de alegria e satisfação com o trabalho que realizava.

Os voluntários da AACD contam suas histórias

Outro dia da semana, assistindo uma reportagem do jornal televisivo, mais uma vez tomei conhecimento de um excepcional trabalho voluntário. Sérgio Oliveira, corretor de imóveis, morador de Salvador, Bahia, que havia perdido o filho ainda pequeno por causa de um câncer implacável, resolveu dedicar parcela de seu tempo a outras crianças acometidas do mesmo mal. De uma forma muito desprendida, adquiriu um veículo apropriado e começou a transportar pacientes infantis que necessitavam de tratamento de quimioterapia em hospitais da região. Superando uma depressão, Sérgio se encorajou e resolveu montar uma verdadeira rede de solidariedade, envolvendo inclusive outros empresários da região. Ou seja, o Sérgio “enxergou” aquilo que muita gente não vê.

O exemplo de Sérgio Oliveira é comovedor 

São todos estes exemplos que nos mostram o quanto somos capazes de contribuir com alguma coisa pelo bem do próximo. A atitude egoísta de pensar somente nos problemas pessoais faz com que nos tornemos mais cegos do que aqueles que não veem. Resta a muitos de nós “enxergar” realmente o que podemos fazer pelo bem dos outros.  

Então, venha você também ser um VOLUNTÁRIO!!! Você pode!!!

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