20 maio 2017

ESTÁ LÁ! É SÓ CONFERIR...


Como seria bom morar num país onde se pudesse
vislumbrar um futuro promissor
Eu tanto queria neste espaço falar de projetos para o futuro, de coisas grandiosas que possam contribuir para os próximos anos, para as próximas gerações. Juro a vocês que sempre estou pensando de que forma podemos deixar boas heranças para a posteridade, algum legado de utilidade para nossos filhos, nossos netos. Não é preciso querer transformar o mundo, mas tão somente um pouquinho da nossa realidade local. Se cada um fizer esse pouco, já estará contribuindo para mudar o todo. É assim que penso.

Por isso, quando acabo um projeto, já estou com o pensamento no próximo.

Mas o que aconteceu esta semana é extremamente desalentador. Se já havia uma grande preocupação de que nossos representantes amealhavam verdadeiras fortunas, desviadas de obras licitadas irregularmente, em que a presença de uma das maiores construtoras nacionais teve o reconhecimento de seus proprietários, os fatos desta semana são “gravíssimos”.

Página da JBS exalta o tamanho da empresa, às custas
de vantagens na corrupção da classe política
Uma empresa de pequeno porte, que abatia 5 cabeças de gado por dia, emerge do interior de Goiás, município de Anápolis, para se tornar um dos maiores monopólios de proteína do Planeta. E isso numa fração pequena de tempo. Munida de grande aporte financeiro, sai pelo país comprando marcas conhecidas como Seara, Swift, Friboi, Lebon, Frangosul, Doriana e muitas outras. O crescimento de mais de 35%, registrado em 2015, já colocava sob suspeita este avanço impressionante.

Está lá no site da JBS! É só conferir...


Hoje já se sabe, pela delação de seu proprietário Joesley Mendonça Batista ao Ministério Público, que os recursos utilizados pela JBS foram oriundos do BNDES, banco criado especialmente para atender pequenas e médias empresas.  

Está lá no site do BNDES! É só conferir...


Página do BNDES fala de Micro e Pequenas Empresas,
além de Transparência
Ou seja, os recursos de um banco de financiamento público foram utilizados para criar um império mundial na área de alimentos. E já se mostra nas delações a proximidade do Ministro da Economia, Guido Mantega, como interlocutor direto nas demandas da JBS.  

Um pouco diferente da estratégia adotada pela Odebrecht no desvio de recursos públicos, onde através de licitações fraudadas os valores iam parar nas contas de políticos, para uso pessoal ou campanhas políticas, os valores da JBS vinham em sua maioria de PECs (projetos de emenda constitucional) e de antecipação de medidas e informações privilegiadas nas atividades do Congresso Nacional para atender as demandas da JBS.

E mais grave ainda, as negociações para indicação de diretores de estatais, alteração de magistrados na esfera judiciária entre outras. Ou seja, políticos comprados pela JBS para atender suas demandas. Não eram licitações, mas sim “dinheiro vivo”, às vezes sem qualquer comprovante de alguma negociação, e outras vezes mediante notas fiscais frias, como um “Camarote de Fórmula Um” ao valor de 6 milhões de reais para comprovar a ajuda a um destes políticos.

Wesley e Joesley Batista, evolução patrimonial assombrosa
 às custas do BNDES e da compra de políticos
E o verdadeiro papel do representante político no país deixou de existir, pelo que se vê. Tão logo são investidos no cargo, deputados e senadores estão preocupados em se apoderar das benesses que ele lhes dá. Como disse o delator Joesley num trecho das gravações: “Só há uma preocupação nas indicações políticas para cargos de comando das estatais, o que virá de retorno para quem indicou...”

Ou seja, rasgaram nossa Constituição. E necessitamos urgentemente uma reforma nesta que aí está, e que já se mostra ultrapassada. Aprovada em 1988, há 29 anos atrás, possui conteúdo retrógrado e que não nos serve mais, como destaca o artigo 53, sobre os Deputados e Senadores, em seu parágrafo 6º:  

Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações”.

Está lá no site do Planalto! É só conferir...


     

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