A orquestra é um dos maiores símbolos de Trabalho em Equipe |
Em palestras
que fui convidado a ministrar, quando falava de “Trabalho em Equipe”, me acostumei a utilizar o exemplo de
uma orquestra afinada. Os diversos instrumentos, cada um com
seu som, conseguem uma harmonia porque obedecem a regência de um líder, de um
maestro. Mas não é o que vem ocorrendo atualmente no Brasil, literalmente. E
isso impacta na nossa ARTE.
Mas prá que ARTE?
Isso é importante?
“Há muita gente que
não sabe o que é ARTE porque não tem acesso a ela, e um POVO SEM CULTURA é um POVO
SEM ALMA.”
Não sou eu quem
afirma, mas um dos maiores maestros da atualidade, GUSTAVO DUDAMEL. Responsável
pela Orquestra Sinfônica de Gotemburgo na Suécia e diretor da Orquestra Filarmônica
de Los Angeles, este venezuelano de 36 anos cruza o Atlântico toda a semana e
vive a cultura como poucos no mundo. Portanto, podemos considerá-lo uma autoridade
no assunto.
E o que diria ele
sobre a crise que assola a nossa OSB(Orquestra Sinfônica Brasileira)?
Tal qual a política
brasileira, a OSB vive uma crise financeira jamais vista. Com 75 anos de existência,
a OSB tem salários atrasados e vive de “pires na mão” para não morrer.
Nossa orquestra
oficial já viveu “eras douradas”, como nos anos 2000, quando se apresentou no
Central Park e MP Lincoln Center em Nova York. Em janeiro de 2001 fez a
abertura do Rock In Rio III, tocando para mais de 120 mil pessoas, quando foi
ovacionada por varias vezes. Neste período fez também uma turnê de concertos ao
ar livre pelo Norte e Nordeste, onde lotou parques e anfiteatros na região.
A entrada na direção em 2011 do maestro brasileiro Roberto Minczuk, de atitudes
radicais na administração da orquestra, abriu uma crise de relacionamentos que
acabou por interferir diretamente no andamento dos trabalhos.
Em abril de 2011, na
abertura da temporada da OSB, Minczuk foi surpreendido por manifestações e
protestos dos membros da orquestra. Músicos que haviam sido demitidos se
postaram na escadaria do teatro com faixas e camisas “SOS OSB”. Vaiado, o maestro
decidiu se retirar e o show foi cancelado.
A orquestra sinfônica
brasileira atualmente é um “RETRATO” do nosso país. O Ministério da Educação confirma
que tem repassado os valores para a Prefeitura do Rio, que administra o Teatro
Municipal e a Orquestra. Os músicos dizem que a prefeitura suspendeu o repasse
de verbas desde o ano passado, e isso impactou em todas as atividades. Os músicos
da OSB vivem uma penúria, com salários atrasados desde novembro do ano passado.
Portanto, quando a
liderança falha ou carece de apoio, os instrumentos acabam desafinando e a
equipe não consegue atingir a harmonia tão esperada para o sucesso. É isso que
ocorre hoje com a OSB, e também com a administração pública do nosso país.
Estamos em busca de
um Maestro Competente que consiga dar nova vida à OSB, e de outro que consiga
harmonizar nosso País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário